No interior do Nordeste do Brasil, durante as festas juninas, uma lenda assombrava os moradores: o Boi Tatá. Diziam que ele era negro como a noite, com olhos ardentes que brilhavam na escuridão. Os mais velhos contavam histórias de um fazendeiro imprudente que, em uma noite de São João, decidiu desafiar a lenda e capturar o Boi Tatá. Embriagado pela cachaça e ignorando os avisos, o fazendeiro adentrou a mata escura em busca da criatura mítica.Ao encontrar o Boi Tatá, o fazendeiro tentou dominá-lo com sua presunção. Mas o Boi Tatá, furioso com o desrespeito, soltou um rugido ensurdecedor e lançou chamas das narinas, envolvendo o fazendeiro em um halo de fogo. Em instantes, o homem foi reduzido a cinzas diante dos olhos assustados dos presentes. Desde então, os moradores aprenderam a respeitar a lenda do Boi Tatá, evitando desafiar suas forças durante as festas juninas.O nome do fazendeiro imprudente tornou-se uma advertência sobre os perigos de desafiar o desconhecido e as consequências de perturbar as forças místicas que habitam as noites escuras do sertão nordestino. Nas celebrações subsequentes de São João, os moradores evitavam mencionar o nome do Boi Tatá em vão, acendendo fogueiras não apenas para celebrar, mas também para afastar as sombras do passado.A lenda do Boi Tatá continuou a ecoar nas mentes dos moradores, lembrando a todos que o fogo que queima na alma do Boi Tatá é tão antigo quanto a própria terra, guardando os segredos e as advertências daqueles que não respeitam os mistérios.